segunda-feira, 27 de setembro de 2010

A MÁSCARA



Não se enganem comigo. Não se enganem com o rosto que eu uso. Uso uma máscara. Uso mil máscaras - máscaras que tenho medo de tirar; nenhuma delas sou eu. Fingir é uma arte e é minha segunda natureza, mas não se engane. Pelo amor de Deu não se engane. Dou a impressão que estou seguro, de que tudo é alegre e tranqüilo, tanto dentro de mim como por fora. Essa confiança é o meu nome e serenidade é o meu jogo, dou a impressão que o mar está calmo e que eu sou o comandante, e que não preciso de ninguém. Mas não acredite em mim, por favor. Minha superfície pode parecer lisa, ma ela é a minha máscara, minha sempre máscara. Por baixo, não há presunção, não há complacência. Por baixo habita um eu em confusão, em temor, em solidão. Mas eu escondo isso... Não quero que ninguém conheça isso. Fico em pânico só em pensar que minha fraqueza e medo sejam expostos. É por isso que como frenético crio uma máscara para me esconder por trás dela - uma fachada indiferente, sofisticada- para ajudar a fingir, para me proteger do olhar que perscruta. Mas essa olhadela é precisamente minha salvação, minha única salvação, e eu sei disso. Isto é, se ela for seguida pela aceitação; e for seguida pelo amor. É a única coisa que pode me libertar de mim mesmo, do muro de minha própria prisão, das barreiras que eu caprichosamente construí. É a única coisa que me garantirá algo que eu posso a mim mesmo - que sou alguém real... Quem sou eu? Você pode perguntar. Sou alguém que você conhece muito bem. Sou cada homem que você conhece. Sou cada mulher que você conhece. Sou cada criança que você conhece. Estou exatamente à sua frente. Por favor, me ame. Rabbi Dov Peretz Elkin

Nenhum comentário:

Postar um comentário